E aqui vai o quinto livro da colecção...
"Os Reis Malditos: A Loba de França"
"Les Rois Maudits: La Louve de France"
de Maurice Druon
★★★☆☆
Um intervalo de seis anos separa A Lei dos Varões e A Loba de França. Durante esses anos, de 1318 a 1325, o pais foi sabiamente governado ainda que a azarado por diversas calamidades: a cruzada dos camponeses, a rebelião dos leprosos, agitações, matanças... Filipe V morre sem ter chegado aos trinta anos de idade e, como aconteceu ao seu irmão Luís X, não deixou descendência masculina. O terceiro filho do Rei de Ferro, o débil Carlos IV, sucede a Filipe V. Durante o sei reinado, França será governada por representantes da alta nobreza, Carlos de Valois e Roberto de Artois. A nova e dramática volta da história origina-se em Inglaterra. A Loba de França é a trágica alcunha que os cronistas da época deram a Isabel, filha de Filipe o Belo e rainha de Inglaterra, que parece levar a maldição dos templários para o outro lado do Canal da Mancha.
Estava à espera de ser mais centrado à volta de Isabel de França - personagem histórica da qual gosto bastante -, e afinal foi toda uma mixórdia de acontecimentos. Acontecimentos que realmente aconteceram, mas para um livro grande, foi tudo tratado demasiado depressa para o meu gosto, com pouco pormenor. Começamos com um salto grande na história e assim continuamos o livro, aos saltos históricos. O que ao início prometia acabou por nos enganar. Muitas paginas para contar muito pouco.
Quando me apercebi que o livro não ia tomar o caminho que desejava, esperei ansiosamente pelos últimos capítulos: Ia ler sobre um das mais cruéis mortes de monarcas na história. Eduardo II, homossexual, após abdicar do trono para o seu filho, Eduardo III, foi assassinado, tendo sido-lhe introduzido um chifre de boi no ânus, para deixar passar um ferro em brasa sem lhe queimar as nádegas e deixar rastos, queimando-lhe os orgãos internos. Já sabia esse final terrível de Eduardo II, encomendado pela sua esposa Isabel e o seu amante Mortimer, mas lê-lo foi pertubador. Não gostava da personagem desde o início mas consegui sentir imensa pensa e horror pela sua morte. Foi mau mas ao mesmo tempo uma muito boa leitura. Maurice Druon conseguiu o quase impossível: relatar respeitosamente um dos mais infames assassinatos ingleses. Todo o livro valeu por esses últimos dois capítulos.
Vou agora fazer uma pequena pausa e passar a outras leituras, depois logo volto aos dois últimos livros desta série.
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