Tomei conhecimento de Witcher a partir do Respectivo que joga os jogos desse universo e que gosta bastante deles. Ele lá me contou mais ou menos do que se tratava, vi-o a jogar algumas vezes e senti-me bastante interessada. Mas eu não sou gamer e tenho demasiado mau perder para querer experimentar jogar, prefiro ver os outros.
Bom, o Respectivo lá que contou que os jogos eram baseados numa colecção de livros bastante famosa polaca. Livros. Foi a palavra chave. Já que não podia jogar podia ler! Infelizmente descobri que existem muitos poucos livros ainda oficialmente traduzidos. Há poucos em português, há poucos em espanhol e há poucos em inglês. Não sei polaco por isso estou um pouco limitada. Felizmente descobri que devido ao sucesso dos jogos se anda a apostar na tradução de mais livros em inglês, deve demorar mas vai valer a pena a espera! Entretanto descobri que existem traduções fanmade.
Enfim, decidi entrar no universo do Witcher.
★★★★★
Este é o segundo livro da saga e, tal como o primeiro (que adorei, já agora) é uma colecção de várias short-stories, o que contribuiu para a rápida leitura. Mais uma vez, como o primeiro, as histórias não seguem uma linha temporal continua. Temos uma ordem baralhada. Ao início foi estranho porque não temos introdução nenhuma das personagens e caímos de para-quedas nas histórias mas neste segundo livro - e isso é que foi interessante e divertido - acontece o mesmo mas desta vez já temos ligações entre personagens de vários contos. Vamos conhecendo tudo aos poucos e poucos e sem darmos por isso já estamos dentro daquele mundo e o melhor é que andamos à descoberta.
Acho que gostei mais deste livro do que o outro porque aqui já conseguia entender coisas e relações entre personagens que não conseguia antes e isso tornou a experiência mais interessante para mim.
As personagens secundárias mais importantes ganham toda uma nova profundidade e vão-se tornando gradualmente mais complexas.
O Gerald de Rivia, o Witcher, a personagem principal é sempre a mesma coisa, do início ao fim. Mas é mesmo suposto ele assim ser é aí que está a sua magia. Poderíamos dizer que é apático pois os witcher supostamente não conseguem ter sentimentos devido à sua mutação. Não deviam amar, não deviam odiar, mas na sua maneira apática ele sente muito e por isso é que gosto dele. É uma personagem diferente que não é normal gostarmos por nunca mudar, mas o Gerald está demasiado bem feito para que isso nos incomode. Sinceramente, não o quero de outra maneira.
A minha personagem preferida é definitivamente a Yennefer, a feiticeira pela qual Gerald é apaixonado. Ela é cruel, ela é amável, ela ama, ela odeia, ela ajuda, ela é interesseira. Ela é um turbilhão de emoções, como se fosse o mar que está calmo e de repente torna-se agressivo e perigoso. Não é alguém fácil de gostar mas eu gosto de personagens complicadas e complexas e ela e o Gerald resultam tão perfeitamente...
As outras personagens secundárias são igualmente interessantes e é engraçado ver como o seu amigo bardo Jaskier é mais que um sacana mulherengo que por acaso até tem sentimentos. Também nos foi apresentada a Ciri que mais para a frente vai ser uma personagem tão importante como o Gerald. Não consigo ter uma opinião definida sobre ela porque ela aqui ainda é uma criança mas acho que vou gostar... :D
A escrita é simples e sem nada de especial o que a torna de fácil leitura. Encontramos também bastantes referências a contos-de-fadas o que me deixou bastante feliz!
O próximo livro já não será de short-stories, já vai ser um livro a seguir uma linha temporal e só com uma história a desenvolver-se. Os primeiros dois livros serem de históriazinhas a funcionarem como introdução foi bastante diferente e inteligente. Estou em pulgas para pegar no terceiro livro e só não o faço a correr porque gosto demasiado do universo de Witcher para ler tudo de uma assentada e depois ficar sem mais nada dele para ler... Vou ler devagarinho para que este prazer dure mais tempo.
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