A Rainha Corvo

"Continuação" do livro A Lenda do Cisne.

A Rainha Corvo

"The Raven Queen" 

de Jules Watson

★★★☆☆½

Aos olhos do pai, Maeve nunca foi mais que um objecto que poderia oferecer nas alianças que lhe fossem mais convenientes. Mas, casada pela terceira vez e incapaz de suportar o conhecimento de que o seu novo marido, Conor de Ulaid, a pretende também usar como meio para tomar posse do seu reino de origem, Maeve sabe que tem de fazer alguma coisa. Assim, a sua única opção é regressar a Connacht e encontrar uma forma de se sobrepor aos que a poderiam controlar. Tornar-se rainha para proteger os seus, mas também para garantir que nunca mais será usada. Mas, apesar da reputação que tem entre os homens e do seu temperamento impetuoso, o caminho de Maeve mostrar-lhe-á que é também (e ainda) humana e o cruzar dos seus destinos com o druida Ruán será também determinante para o seu futuro. Continuação com aspas porquê? Porque este livro começa ligeiramente antes d'A Lenda do Cisne, começa por o acompanhar e depois ultrapassa-o, contando-nos como fica a história depois de ter terminado no livro anterior.

Li este livro muito melhor e com mais interesse que o outro. Para começar, é menos lamentoso e inspira mais à luta. E depois, gostei da personagem principal: Maeve.

É uma personagem forte com uma opinião igualmente forte mas mesmo assim tendo os seus defeitos bem vincados. É uma mulher e guerreira e apesar de ter medo de lutar pelo que acha correcto, fá-lo na mesma. Ela cresce, aprende, admite os erros e acaba por mudar. É uma personagem com uma evolução constante, ao contrário de Deirdre. A outra personagem principal - Ruán - é também ela interessante e simpatizei com ela. Estes realmente fazem um bom casal e completam-se e ajudam-se. Não passam muito tempo juntas mas passam o suficiente para mudar o rumo da história, as suas interacções foram realmente muito boas.

Em termos de história temos mais acontecimentos e acção, não custou tanto a ler como o anterior, deu até algum gozo em fazê-lo. Tem um decorrer mais constante com poucas alturas mortas. Aqui nota-se é claramente a liberdade que a autora tomou com o folclore irlandês: Mudou e inventou algumas coisas. Nada de problemático, não me incomodou muito e nas notas finais a autora conta-nos o conto original.

Em termos de fantasia, aqui temos muito mais sendo assim ainda mais difícil de imaginar o que estamos a ler. Definitivamente não gostei do tipo de fantasia que a autora escreve e não o acho nada acreditável.

Teve um bom desfecho e acho que acabou com os dois livros com um final em grande. No entanto não tenho intenção de procurar mais livros da autora.

Pequeno aparte: Se ela é ruiva porque é que meteram uma morena na capa? -.-