A Lenda do Cisne

Já tinha curiosidade de ler este livro há algum tempo e lá lhe consegui meter as mãos em cima.

A Lenda do Cisne

"The Swan Maiden"
de Jules Watson

★★★☆☆

Um druida profetizou no momento do nascimento de Deirdre que ela seria a mais bela mulher depois de Helena de Tróia e que, devido a essa maldição de beleza, os homens lutariam por ela e o reino seria dividido. Criada na floresta, em reclusão, Deirdre não recebe qualquer visita a não ser a do rei cujo desejo em que ela se torne sua mulher tornar-se-á numa obsessão. Baseado num célebre mito irlandês, a história de amor entre Maeve - a rainha guerreira - e os seus desamores.

 Mitologia celta é algo que me fascina imenso, principalmente neste momento que estou ainda a aprender, por isso estava bastante entusiasmada quando comecei esta leitura. No entanto acabei por me aborrecer depressa.

A autora descreve muito pormenor que não tem grande interesse para a história, tornando-se um pouco repetitivo e monótono. Se ignorarmos essas partes, podíamos muito bem ter tirado umas 200 páginas ao livro. Uma pessoa acaba por se distrair e arrastar-se para acabar o livro. Felizmente os capítulos eram pequenos, por isso conseguíamos criar etapas de ler X por dia e assim custava menos. 

Relativamente à história em si, é bastante simples e achei uma adaptação bastante bonita e credivel da lenda celta da Deirdre of the Sorrows.
As personagens principais para mim foram enfadonhas. Não simpatizei nem com Deirdre nem com o seu interesse romântico: Naisi. Devido à educação longe de sociedade, Deirdre só quer ser livre e apesar de crescer um pouco ao longo da história acaba por nunca amadurecer, tornando-se uma personagem teimosa que acha que a única maneira correcta é a dela. Não a podemos julgar por isso uma vez que viveu isolada e não teve o contacto devido para saber ser e estar com terceiros mas essa sua faceta acabou por se tornar demasiado frustrante para mim - não gosto de ler sobre personagens que não gosto. Já Naisi também é um revoltadinho  interiormente que também acha que está sempre certo e a honra é que é correcta, engolindo sempre o orgulho, até mesmo quando não faz sentido. Enfim, esta dupla não me suscitou nenhum interesse nem prazer, felizmente existiram outras personagens secundárias que gostei. Depois temos demasiados capítulos focados na componente de luxuria entre Deirdre e Naisi. Ok, tudo bem, amam-se muito e fazem amor. Não tenho problema com descrições do acto amoroso, mas cansa ler demasiado sobre isso, quando não contribuiu em nada para a história. Parecem coelhos com o cio, estão sempre naquilo. Mais história menos fornicanço, por favor.

Achei a componente fantasiosa muito fraca, irrealista e díficil de seguir e imaginar. Na minha cabeça não fez muito sentido, mas não é um foco que tenha sido muito proeminente na história.

Gostei do final. Foi triste e revoltante mas era o único final possível de se imaginar, fora isso, foi bonito e deixa o leitor em paz.