Misery de Stephen King

Hoje vai ser um post sobre um livro e a sua adaptação cinematográfica, tudo junto. Acabei o livro e vi o filme logo a seguir. Parece-me o correcto a fazer.

Paul Sheldon, um escritor famoso de romances cor-de-rosa, acaba de "matar" Misery, a personagem que o celebrizou. Depois de o fazer tem um acidente. Quando acorda, descobre que foi salvo por uma ex-enfermeira, Annie Wilkes, que o leva para sua casa e trata dele. Annie, fanática da heroína de Paul, está furiosa com a morte ficcional de Misery. Sob tortura, obriga Sheldon a escrever um novo livro, um regresso de Misery. Paradoxalmente, este virá a ser o seu melhor livro.

★★★☆☆

Há IMENSO tempo que queria ler este livro ou ver o filme mas guardei-me sempre para o livro, tentando não saber de nada do que se ia passar. Consegui com sucesso. 

Tive a sorte de comprar o livro por uma ninharia e em três dias estava lido (por parecer muito tempo, mas como ando ocupada acreditem, foi um abrir e fechar de olhos).

Não é o primeiro livro que leio do autor e realmente gosto das histórias e escrita dele daí ter esperado mais. Acabei por o ler depressa porque me começou a aborrecer e queria despacha-lo para passar a outra leitura. Entristece-me dizer mas é a verdade. Não existe muito para contar, por isso passamos a maior parte do tempo nos pensamentos e devaneios de Paul. Não podíamos esperar muito mais tendo em conta que só o temos a ele e a Annie presos numa casa mas penso que preferia ter um livro mais pequenos com alguns dos seus pensamentos e não tantos que acabaram por ser muito repetitivos. Não preciso de muita repetição para entender uma ideia. Nem suspense me causou, foi mesmo vontade de virar a página até acontecer alguma coisa. 

Fora isso, que é a minha única crítica, gostei. Gostei de Paul e adorei Annie. Stephen King tem um poder mágico qualquer de criar e escrever personagens loucas de uma maneira impecável. Super interessante e imprevisível, estamos sempre ansiosos para saber o que Annie vai fazer a seguir. Queria mais violência mas o final satisfez-me.

☽◯☾

★★★★☆

Relativamente ao filme: Gostei, e tinha gostado mais se não tivesse lido o livro primeiro. Ao início irritou-me lá terem enfiado um sherife que não nos falam no livro mas faz sentido. No livro só temos a visão da casa, não a de fora, de pessoas a procurar por Paul, uma vez que estava desaparecido. Acabei por gostar do sherife.

Penso que o que menos gostei foram os pormenores. Stephen King toma atenção a tudo e a partir do momento em que nos dá marcas e certas descrições que vemos completamente diferentes nos livros, fico com comichão. No livro é Pepsi, no filme é Coca-Cola. No livro é Marlboro, no filme é Lucky Strike. Ao menos a marca da máquina de escrever e do carro de Annie acertaram. Outra coisa foi também o tempo. No filme parece que passa apenas algum tempo (se nos esquecermos de tomar atenção à pernas de Paul) enquanto que no livro sabemos que passam meses, passam estações, e isso contribui mais para a perda de serenidade da personagem.

E depois há a cena que não perdoo. A CENA. O momento pelo qual toda a gente espera ansiosamente, aquele momento com o machado... Não acontece. É substituído por um martelo. Para não ferir susceptibilidades, presumo. Mas opá, foi a melhor cena no livro inteiro, porquê? Queria tanto vê-la e depois substituíram... 

Relativamente aos actores, gostei do papel de ambos e Kathy Bates estava perfeita. Imaginava Annie loira mas wow, adorei imenso.

Em suma, apesar das criticas menos positivas que faço ao filme, acho que no fim acabei por me entreter mais com o filme do que com o livro por não me sentir a perder tempo de acto em acto.

Quem raio chama alguém de Misery? Que nome horrível.