Este é um livro pelo qual aguardei ansiosa para ler.
Quando foi anunciado pela editora Saída de Emergência que o livro ia sair este Verão, fui pesquisar sobre ele para ver se valia a pena, e o feedback que tive foi óptimo. Um livro que quase toda a gente gosta e diz ser uma história que revoluciona o género de fantasia. Até uma das minhas autoras preferidas (Juliet Marillier) lhe deu cinco estrelas no Goodreads. Tinha, definitivamente, que o ler.
Coração Negro
de Naomi Novik
★★☆☆☆½
Agnieszka adora a sua pacata aldeia no vale, as florestas e o rio cintilante. Mas o maléfico Bosque permanece na fronteira e a sua sombra ameaçadora paira sobre a vida da jovem.
O povo depende do feiticeiro conhecido apenas por Dragão para manter os poderes de Bosque afastados. Mas o Dragão exige um terrível preço pela sua ajuda: uma jovem deve servi-lo durante dez anos, um destino quase tão terrível como perecer a Bosque. A próxima escolha aproxima-se e Agnieszka tem medo. Todos sabem que o Dragão irá levar a bela, graciosa e corajosa Kasia, tudo aquilo que Agnieszka não é, e a sua melhor amiga no mundo. E não há forma de a salvar. Mas Agnieszka teme as coisas erradas. Porque quando o Dragão chega, a sua escolha surpreende todos...
Fiquei decepcionada. Não entendo a hype pelo livro. Achei a história lenta e aborrecida. Não consegui criar qualquer afinidade com as personagens. Li sempre na expectativa que fosse ficar melhor mas tal não sucedeu.
A escrita é linda, isso é o único ponto positivo que tenho a apontar.
Todo o desenvolvimento da história é pouco credível. Num momento Agnieszka (personagem principal) não sabe absolutamente nada de magia e, uma semana depois, já está quase ao mesmo nível dos feiticeiros que aperfeiçoaram a sua arte ao longo dos séculos, ok. Também não há boas descrições para se entender a essência da magia... É só pensar em coisas e dizer umas palavras estranhas.
O grande inimigo - o Bosque - faz mal mas não entendemos ao certo o que ele faz... Não segue um padrão, acontece algo mau e é o Bosque porque... sim? No final até se entende um pouco mas não penso que tenha sido bem explicado, fica muita coisa em aberto.
As personagens também não têm qualquer desenvolvimento; são a mesma coisa do início ao fim e não aprenderam nem cresceram nada.
Agnieszka é a moça jovem, pãozinho sem sal, que parece não ter jeito nenhum mas que acaba por ser super especial e nem sabe porquê (nem eu...), a típica Mary Sue sem interesse.
Depois temos o mago Dragão que é um idiota mal criado só porque sim; ele não se revela uma pessoa que é fria no exterior mas que no fundo tem um bom coração; ele é apenas um bully egoísta com a mania de superioridade; está constantemente a ser verbalmente abusivo para com Agnieszka e isso incomodou-me.
Passei grande parte da leitura confusa, pois a grande parte deste tipo de livros, a personagem principal feminina e a personagem principal masculina acabam por desenvolver uma relação romântica e isso não estava de todo a acontecer... Nem via como seria possível.
Achei interessante porque assim a história fugia da temática de romance e podia ser mais focada em aventura. Até cheguei a pensar, entusiasmada, que Agnieszka se apaixonasse pela sua melhor amiga e que íamos ter um casal LGBT! Mas não. De um momento para o outro, do nada, sem aviso, Agnieszka e o Dragão beijam-se e é isso. Não vemos quaisquer desenvolvimentos ou momentos carinhosos entre amos mas é suposto acreditarmos que estão apaixonados. Essa história está tão mal feita que nem tenho palavras. Sem contar que ele continua sempre a ofende-la... Lindo exemplo de uma relação abusiva romantizada.
Foi uma leitura custosa. Não me interessou e ia decepcionando cada vez mais. Demorei mais do que queria a termina-lo porque entretanto fui operada e não podia esforçar a vista a ler... Mas também não tinha muita vontade. Fiz um esforço e pronto, acabei-o.
Não gostei. Acho que não vai ter sequela. Mas se tiver não tenho qualquer interesse em ler.
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