quinta-feira, 5 de março de 2015

[Séries] Wolf Hall

Outra série terminada foi a aclamada mini série de 6 episódios baseada em dois best-sellers de Hilary Mantel: "Wolf Hall" e "Bring Up The Bodies". 

Para quem não sabe, sou uma ávida fã da História da Inglaterra, sendo a minha dinastia preferida a Tudor. Tenho mais facilidade em lembrar-me de factos dessa época do que tenho em dizer o abecedário de trás para a frente. 
Assim que começaram a sair fotografias das filmagens desta série no reinado de Henry VIII, segundo rei da dinastia Tudor, fiquei maravilhada com a fieldade da vestimenta e mesmo da caracterização das personagens! Não quis perder tempo e, no Verão do ano passado, decidi ir buscar o primeiro livro onde esta série de baseia para estar bem preparada para a sua estreia. A hype era realmente alguma. O que acabou por acontecer foi que, após cento e poucas página desisti da leitura. Atenção que é raríssimo eu desistir de um livro, sou demasiado teimosa. Mas Wolf Hall estava a ser uma tortura e perda de tempo. 
Os livros fartaram-se de receber prémios e autora elogios e até se tornou uma Dame, mas, sem querer ser maldosa, aquela escrita era medíocre. Para mim uma coisa que não resulta e detesto em livros é uma tentativa de escrita pretensiosa que falha redondamente. Quantas vezes não li eu "Ele, Cromwell"... Deuses, eu já não consigo pensar em Thomas Cromwell sem uma terceira pessoa do singular a anteceder-lhe o nome.
Mas uma vez que não li o livro completo, não é sobre ele que vou falar mas sim da série.
Curiosamente as tais cento e tal páginas que li foi só encher chouriços, porque o primeiro episódio começou no último capítulo que li...

Wolf Hall  

★★

Adiante, esta é basicamente a história do estadista e primeiro-ministro de Henry VIII, Thomas Cromwell. Tudo começa quando este está ao serviço do Cardeal Wosley que acaba por cair em desgraça por não conseguir um divórcio ao rei da sua esposa Catarina de Aragão, para se poder casar com Anne Boleyn  na esperança de ter um filho herdeiro.
Morre o Cardeal e Cromwell passa a trabalhar para o rei. Ele ajuda Anne a alcançar o trono e ela ajuda-o a tornar-se mais influente na corte. Não se enganem que não eram amigos. Era tudo negócios.
Já rainha, Anne falha, não consegue dar à luz um filho varão, dá apenas uma princesa, a futura Elizabeth I. Devido ao afastamento da Igreja da parte do rei por se ter divorciado da antiga esposa, o povo cristão começa a mostrar descontentamento, o país fica dividido entre católicos e protestantes e Henry VIII não conseguiu nada do que queria. Começa a interessar-se por Jane Seymor e decide que chega a altura de se livrar de outra esposa. Cromwell fica encarregado de arranjar um bom motivo para que o rei se consiga divorciar de Anne Bolyn. Esta temporada acaba com a morte por decapitação de Anne, por ter sido acusada de traição e adultério. Na segunda temporada teremos o casamento de Henry VIII com Jane Seymor e a queda de Cromwell, mas como ainda não estreou, sobre isso não vale a pena falar.



Este episódio, salvo seja, é um dos meus prediletos do reinado de Henry VIII. O que é curioso, porque não gosto dele nem de Anne nem de Cromwell. São figuras que sempre achei cruéis. Mas não deixam por isso de ser interessantes. Adoro estudar documentos e seja lá mais o que for sobre Anne afinal de contas, ela foi a mãe da minha monarca preferida. Achei-a bem retratada em Wolf Hall, aquela sempre foi mais ou menos a imagem que tinha da rainha, talvez não tão cabra... Henry VIII às vezes parecia era um pateta que precisava sempre de ajuda para tudo. Não parecia muito inteligente. Esteve longe do que penso que seria a personalidade dele. No entanto acertaram na parte de parecer um menino mimado que embirra que quer as coisas e tem que ter porque se não bate com o pé. Quanto mais velho fica, mais pensa com a cabeça lá de baixo.
E então o Wosley. Pobrezinho, era mesmo santinho. Esqueceram-se foi de mencionar todas as merdas que fez. E da amante e etc.
Mas aqui o que importa é o Cromwell. Ele é possivelmente das figuras histórias com quem menos simpatizo. Era uma mosquinha morta má, que só pensava em subir e a ficar no pedestal. Custasse o o que custasse. Ele não era boa pessoa e achava piada a tortura para conseguir o que queria. Isso é o que vários artigos e documentos apontam-lhe ser. E admito que acredito mais nesses documentos do que na senhora Mantel. Ele na série é retratado por um homem carinhoso, que até se importa com os outros. Está é sempre calado à espreita, para conseguir fazer tudo perfeitamente. Diria mais apático... Falam ainda da Bella de Twilight. A cara deste é sempre a mesma, até quando lhe morre a mulher e as filhas crianças. Que asco. Mas adiante. Ele foi escrito como sendo uma pessoa com boa consciência mas que tem de fazer coisas más para agradar ao rei que é um totó. Porque ele aqui é mais inteligente que o rei. Até o podia ser na realidade, mas com toda a certeza que Cromwell nunca teve tanto poder sobre Henry VIII porque esse nunca foi manso. Não gostei mesmo nada da caracterização de Thomas Cromwell, vai contra tudo que estudei.
E as outras personagens? O Moore também não era flor que se cheirasse mas aqui é o bandido e o Cromwell o salvador. Eram os dois más pessoas. Não gosto de terem pintado da cor errada certas figuras histórias só para uma ficar bem. Que posso eu fazer, a senhora Mantel deve ter alguma paixoneta histórica.



No entanto, mesmo não tendo gostado da personagem principal, gostei bastante da série. É super fiel em termos de indumentária, de etiqueta, da sociedade, bom, em tudo. A isso tiro-lhes o chapéu, se não está perfeito, falta muito pouco para estar. Foi uma lufada de ar fresco ter assim uma série histórica, depois do cancro que foi The Tudors e actualmente, Reign. (Expecto não terem feito o Cromwell gordo!!!)

A minha grande critica, que foi realmente algo que me irritou imenso foi os saltos no tempo. Por acaso eu sei daquela história, mas aposto que a grande parte dos espetadores não sabe. Está a acontecer uma coisa agora e de repente estamos noutra imenso tempo depois. E o que não influenciava directamente a linha de história principal, mesmo que fizesse parte, ficava esquecida e uma pessoa nunca fica esclarecida do que aconteceu, temos que presumir. Então no último episódio, os interrogatórios aos supostos amantes da rainha... Bom, vamos lá só mandar a ideia que vão morrer porque comeram a rainha mas não vale a pena perder tempo para contar o que lhes aconteceu. Eles morreram antes de Anne Bolyn, no entanto, a cena do tribunal passa logo para a decapitação da mesma. Então que raio se passou entretanto? Não interessa, queremos é ver-lhe a cabeça rolar.
É uma história que muitos acharam aborrecida e admito até que houveram cenas que encheram chouriços com coisas que não tinham grande interesse para a história, daí me irritar terem cortado coisas importantes. Se já não soubesse o que acontece à princesa Mary e à sua mãe, Catarina de Aragão, que raio ficava eu a pensar? Bom, a Catarina morreu. O que acontece à filha deve de ter que ficar por conta da nossa imaginação. Ela torna-se a primeira rainha de Inglaterra, já agora.



Falta agora o terceiro e último livro desta colecção ser lançado, depois logo teremos uma segunda temporada. Estou ansiosa para ver o Cromwell a ficar em maus lençois.

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